CHAMA

 
 

chama

Iniciamos agradecendo a cada um por receber e ler as informações desta vivência. Gostaríamos de começar dialogando sobre os créditos do CHAMA. Sabemos que, em diversos circuitos, quando artistes desenvolvem trabalhos convidando outres artistes, em geral os créditos são atribuídos quase sempre a quem convida.

Neste projeto, partimos do princípio que cada trajetória criativa oferece seu melhor em cada fase e todas colaboram para a construção do CHAMA. Por isso, pedimos que qualquer menção à vivência seja feita com o crédito coletivo constante em cada FLUXO ou no título de cada programa. A inspiração vem da música, que é um dos nossos fundamentos. Pedimos com carinho que isso seja respeitado nas publicações, online ou impressas. Agradecemos muito!

Vivências CHAMA

CHAMA é uma experiência dedicada às poéticas da diáspora negrodescendente / afroameríndia / ameafricana e suas expressões por meio sonoros, celebrativos, sensoriais, visuais, escritos e afins. Criamos, mapeamos, articulamos e circulamos processos criativos e sensibilidades cotidianas de quem experimenta essas interações.

O objetivo é abrir uma conversa sobre como as poéticas da diáspora migraram para diversos lugares do mundo e encaminharam seus códigos por meio das diversas expressões criativas dos povos sobreviventes ao tráfico escravagista. No caso do CHAMA, as práticas criativas dialogam com as sensibilidades cotidianas, evocando laços com os lugares de criação, fortalecimento e retroalimentação das linguagens que usam a sensorialidade, a percepção, o corpo, a oralidade e as narrativas como vias, sem forçar processos coloniais de tradução.

Assim, a poesia e a música - em suas variadas formas de expressão ao longo da diáspora - encontram o caminho dos sistemas de som, de DJs, das rádios experimentais/comunitárias, dos saraus, dos grupos, nas construções de instrumentos, vestimentas, na organização das celebrações e festejos, na organização visual e sensível dos espaços que recebem nossas vivências, produzindo, a cada migração, novos campos sensoriais para os corpos. Vivências em diversas línguas e linguagens, que desafiam as estratégias de efetivação de um padrão universal, e propõem respostas cada vez mais complexas às nossas existências.

As vivências vêm ocorrendo em diversos fluxos desde 2019 e já foram realizadas presencialmente nas cidades de Recife e Rio de Janeiro (Brasil) e em Londres (UK). Online outras colaborações ocorreram a partir de Porto Alegre e Maranhão (Brasil). Nelas, artistes (em sua maioria mulheres e corpos fluidos – com quem a vivência dialoga de forma mais direta) estiveram juntes construindo respostas possíveis para as questões compartilhadas.

Para conhecer mais as vivências/experiências acessem cada um dos fluxos

 
 
 

Foto: Priscilla Buhr

Ana Lira (Caruaru, 1977, baseada em Recife)
Ana é artista visual, fotógrafa, curadora, rádio host, escritora e editora baseada em Recife (PE - Brasil). É especialista em teoria e crítica de cultura. Observa a (in)visibilidade como forma de poder e dedica atenção a dinâmicas envolvendo sensibilidades cotidianas. Sua prática é baseada em processos coletivos e parcerias, tendo trabalhado com eles por mais de duas décadas. Nestas iniciativas dedica-se a fortalecer práticas colaborativas de criação que observam as entrelinhas das relações de poder que afetam nosso processo de comunicação, as articulações do cotidiano e a forma como produzimos conhecimento no mundo.

tinyurl.com/anafolio
instagram.com/anaretratografia

 
 
 

Boneka dos Santos
Habitante de um corpo negro, estratégico e favelado. É DJ, fotógrafa, figurinista, modelo, performer. DJ residente do Baile do Dragão Boladão e do projeto sonoro da cantora, escritora e poetisa b.i.o.n.e. Reside em Recife.

@b0neka

 
 
 
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Joy Thamires
Sou Joy Thamires 27 anos. Confeiteira, escritora. 
Proprietária do Ìfé Doces e Dedos_negros.
Tenho três livros publicados: “Fiz da minha senzala poesia e da minha poesia meu jardim”; , “Terra negra” e “Que afeto te afeta?”.

@joy_thamires

 
 
 

Libra é artista audiovisual pernambucana atuante na noite e no cinema que vem sendo escutada pelos arrecifes a partir do seu trabalho como DJ. Fundadora do selo de música eletrônica afrodissidente SCAPA e artista residente do projeto de rua Batestaca e da festa Nbomb, já tocou em produções como MECABrennand 2019, Festival RecBeat 2020, Cybershock Festival (EUA EST), Mamba Negra (SP), Batekoo Recife, Donna (RN), Festival Pão & Tinta e 3001 (PB). Tendo os movimentos performático-sonoros do corpo e da cultura negra e merindia como inspiração, sua identidade sonora é reconhecida pelo compilado fluido e energético de vertentes eletrônicas como hip house, afrobeat, techno e guetto club.

@idlibra
@ssscapa

 
 
 
Foto: Thaysa Paulo

Foto: Thaysa Paulo

Marta Supernova é artista visual e sonora, DJ, produtora musical e percussionista. Seu trabalho é uma busca dentro de suas identidades numa junção de memórias, cogitações, arranjos espirituais e intuitivos, afetos-encontros e celebrações.

Pensa a produção de uma arte anormal (não-normativa) que estimula a presença e a confluência de grupos cujas existências desencaixam espaços e linguagens. Percebe e vivencia comunidades negrodescendentes, afroameríndias, ameafricanas, afrolatinas e LGBTQIAP+ e, a partir desse convívio e do entrelaçar dos grupos, busca entender como produzem conhecimento, cultura e como constroem vida em alternativa a paradigmas hegemônicos. A corporalidade e materialização de sua poética caminham por diversas mídias e experimentações; de práticas comunitárias e educativas de agência e cuidado a concepções e questionamentos políticos que passam a existir na forma de obra artística, possibilitando uma re-sensibilização de leituras das estruturas do mundo.

mixcloud.com/martasupernova
vimeo.com/martasprnv
soundcloud.com/martasprnv
@martasupernova
@audiovisualsound

 
 
 

Ola Elhassan (Khartoum, Sudão, 1990, baseada em Londres)
Ola Elhassan é poetisa e engenheira elétrica. Seu trabalho está centrado em comunidade, irmandade entre mulheres, música e cultura sudanesa. Ela performou seus trabalhos em saraus e festivais ocorridos em The Ace Hotel Shoreditch, The Roundhouse, Free Word Centre, Pure Vynil Brixton e outros locais em Londres, onde ela reside. Um de seus poemas mais conhecidos, يله العديل و الزين” foi publicado na edição de estréia do Project Sawti, projeto dedicado a conectar poetas e artistas do leste da África. Cotidiano sensível e migração também estão entre as suas temáticas de trabalho. Em 2020, integrou o projeto Chama, na Bienal 12 (Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil).

@ola_elhassan

 
 
 

Patricia Naia
Nascida em São Paulo, em outubro de 1989.
Escorpiana, lésbica e mulher negra periférica.
Professora, produtora cultural, poeta e escritora.
Publicou o primeiro livro em 2017, O Punho fechado no fio da navalha. Autora do Zine Poemargem e do blog literário Legítima Defesa.

@pr3tanaia

 
 
 

Priscilla Ferraz
Priscila Ferraz, 28 anos, moradora do Ibura, Zona Sul do Recife.
Iniciou o exercício da escrita ainda na adolescência escrevendo e adaptando peças de teatro na escola. Em 2016, começou a expor sua escrita em formato de lambe-lambe pelas ruas do Recife. Lançou seu primeiro fanzine em 2017, intitulado 'Aos Vândalos e Marginais'. Participou do torneio Singulares de poesia em São Paulo (2018), representando o estado de Pernambuco, pelo Slam das Minas PE. Atualmente tem três publicações independentes e segue trazendo em seus textos a temática da saúde mental para a população negra e combate à intolerância religiosa.

@priscilaferrraz

 
 
 

Rastaflávia
Mulher rastafari em diáspora africana. Parida em Olinda, Rastaflávia é DJ desde 2014. Em 2019 criou em parceria e irmandade um duo project baseado nas grandes vozes de mulheres negras no reggae chamado Precious Reggae Woman. Realizando narrativas artísticas de criação e fruição poética e musical, baseado na cultura Sound System, integrante do coletivo Reggae pelo Reggae. Sua pesquisa ritualiza em ponte com a ancestralidade das histórias sobre ritmos como Reggae, Rocksteady, Lovers rock, Dancehall e outros subgêneros da cultura jamaicana.

@rastafl4via

 
 
 

roupaspreta
roupaspreta é o projeto de discotecagem e pesquisa musical/sonora de Anti Ribeiro, pesquisadora audiovisual e sound designer. A proposta é experimentar a pista como portal de abertura à sensorialidade, entendendo-a como ambiente potente de proposição: entre zonas de conforto e danças embaladas por sonoridades inesperadas. É co-fundadora da SCAPA, coletiva dedicada à elaboração de plataformas fruitivas acerca dos trabalhos de artistas racializades de Abya Yala.

@antiribeiro
@ssscapa

 
 
 

Suelen Mesmo (Cachoeirinha, 1996, baseada em Porto Alegre)
É DJ e produtora desde 2014. Ela circula entre projetos de potencial transformador, com foco na emancipação de grupos invisibilizados. Atuou na produção da residência artística Casa Frasca e da Festa Boca, com participações de Alice Caymmi, Linn da Quebrada, MC Tha e artistas locais. É integrante do Coletivo Turmalina, plataforma que articula criadores negrxs, em diálogo com pesquisa e produção de música eletrônica, enquanto questiona presença e importância dos corpos pretos no cenário de festas e coletivos de Porto Alegre.

Em 2020 integrou o projeto Chama, que foi apresentado na Bienal 12 (Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil). Em 2019, co-produziu, ao lado de Sérgio Barsotti (Coletivo Plano), o Laboratório de Mixagem em CDJ. A atividade acompanhou os dois meses de ocupação e residência artística As Coisas Que São Ditas Antes, acolhido pela Casa Baka. Ainda em 2019, trouxe a vída a plataforma GIRLS JAM,  que dá destaque a produção de mulheres artistas, no formato pista+show. Em 2020, compartilhou sua pesquisa com Veneno Live, A-MIG e RÁDIO VIRUS, respectivamente. Já fez pista com coletivos de POA como Plano e Greta, na festa Vorlat, e fez residência no Céu de Verão, no litoral gaúcho.

Nos sets, busca enaltecer os ritmos pretos: conecta das clássicas do groove/rap/r&b às raízes do funk, e o asé presente nas batidas marcantes do afrobeat. Também dividiu line com Francisco el Hombre, Saskia, Motherfunky, Supervão e outros.

instagram.com/suelenmesmo
instagram.com/coletivoturmalina