Em sua pele minha pele

Diran Castro

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Em sua pele minha pele

Olhe ao seu redor.
Você vai ver, o que você significa para o mundo.

Procure em sua pele,
em seu meio,
e quando você me encontrar,
me diz como se sente.

Você não pode me dizer que não vale a pena morrer ou viver por isso.

Olhe dentro do seu coração.
Pergunte como aprendeu a amar?

Abra seus olhos e me diga como aprendeu a enxergar?
Escute o que você diz e me diga como aprendeu a falar?
Ouça o que estou te dizendo e me diga como aprendeu a ouvir?

Não se aceite como é quando as colônias te ensinaram como se deve SER e VIVER.

Não diga que
não vale a pena lutar,
não tive escolha pra evitar.

Não existe amor.
Não existe lugar.
Não existe vida.
Não existe paz.

Não existem existências outras quando não sabemos o que somos no mundo colonial.

O tempo todo fomos aprendidas a amar como homens brancoscis,
a traçar nossas vidas com homem brancocis.

Não é mais sobre o que esperamos das futuras gerações
mas sim o que deixamos.

 
 
 
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Diran Castro atua de maneira transversal no terreno das artes visuais. Há 9 anos, atua em espaços expositivos, desenvolveu esse trabalho de forma concomitante com Museus e espaços da artes. Dedica-se, além disso, ao projeto “Seus filhos também praticam”, no qual utiliza a prostituição como ferramenta de trabalho e investigação, aproximando-se de garotos com idade entre 18 e 25 anos, brancos, ricos e autodeclarados héteros. Nele, busca cultivar o diálogo e a escuta no domínio da sexualidade, raça, gênero e classe.