Bruma marinha à costa de mil salinas
Kulumym-Açu
“Bruma marinha à costa de mil salinas” é um caminho de imaginário bifurcado em duas veredas: a forma fílmica e o ensaio literário. Suas estações são dadas em cinco capítulos: I. rastros de uma cultura nômade; II. A ferrugem não nos ganharia; III. corpografias a se demorar; IV. sereia no além-mar levou; e V. minha família é meu farol de embarcação.
Em sua forma fílmica, costuro arquivos de registros captados em loufai via ismartefone, ao longo de três anos (2019/2022). Em sua forma escrita, intuo sobre os deslocamentos dentro da cidade de Fortaleza, zonas insulares invisíveis, cultura nômade do pixo e cultura hip hop expressada pelo grafite, colagem e técnica mista na pintura, afetividade, cultura dub soundsystem, poesia simbolista francesa, o evento da maresia no litoral, gentrificação, natividade de mangue, pesquisa em deriva nas artes cênicas, foz da Barra do Siará, pôr do sol e alvorada, cosmopoéticas do refúgio, propósito, diáspora indígena, família e ancestralidade.
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kulumym–açu (Fortaleza, CE, 1995) é originário de mangue do Rio Siará-Mirim e brincante a ocupar linguagens artísticas. Geralmente essa ocupação é subtexto para contação de história nos gêneros literários, nas artes visuais, nas artes cênicas e no cinema. Seu princípio vital é o Rito da Arraia. Formado nos Curso Princípios Básicos de Teatro (CPBT 2017- 2018) e Curso de Realização em Audiovisual da Vila das Artes, Fortaleza/CE (2019/2022), também é ator, preparador de elenco, pesquisador da cena, diretor e dramaturgo. Concentra-se nos acontecimentos cênicos em ação e palavra, deslocando o sentido inicial de dramaturgia para oraliturgia, pensando o riscar da contação no espaço da cena, força da voz falada como ritualidade, ação oral de construção vernacular. Atualmente, media seus fazeres criativos dentro do projeto em curadoria, arte e educação: "Olhos de répteis pela vereda que se trifurca". E colabora com o Grupo Tamain de Arte Indígena (CE).